Portugal ainda tem de convencer investidores de que pode regressar aos mercados

Um relatório da Comissão Europeia sobre a quarta avaliação à execução do programa de ajustamento português, citado, esta quarta-feira, pela Bloomberg, aponta para a necessidade de os investidores serem convencidos da viabilidade de Portugal regressar aos mercados em 2013.

"As taxas das obrigações de longo prazo de Portugal caíram, mas continuam altos", assinalou a Comissão Europeia (CE), que, a par do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), faz parte da chamada 'troika'.

Segundo Bruxelas, "estes são desenvolvimentos positivos, porém, as altas taxas ainda indicam que os mercados precisam de ser convencidos sobre a viabilidade de Portugal recuperar o acesso ao mercado".

As taxas da dívida pública portuguesa a 10 anos rondam agora os 10%, ao passo que, no prazo de dois anos, está nos 7,9%.

No mesmo relatório, que ainda não foi tornado público, mas que está a ser citado pela agência noticiosa Bloomberg, a CE teceu alguns elogios ao andamento do programa de ajustamento português.

Desde logo, considerou que a meta orçamental para o défice público português em 2012 de 4,5 por cento, estipulada entre Portugal e a 'troika' no âmbito da ajuda financeira ao país, é exequível.

Depois, no documento, é dito que o programa de ajustamento português está a ser "amplamente" cumprido.

A CE considera também que há poucos sinais de que Portugal esteja a perder o 'momentum' [ritmo] das reformas, ainda que saliente que o risco de implementação do programa tenha crescido.

Já as projeções de financiamento do programa de ajustamento económico português "mantêm-se válidas", de acordo com a quarta avaliação feita por Bruxelas.

jn