Indonésia: dois portugueses apanhados no tsunami ficaram sem nada

Dois portugueses foram apanhados pelo tsunami que atingiu a Indonésia na terça-feira, na sequência de um sismo, tendo-os deixado sem documentos nem dinheiro, embora estejam ambos a salvo, disse à Lusa o embaixador de Portugal em Jacarta.
Segundo Carlos Frota, os dois portugueses eram jovens que estavam na ilha de Sumatra a praticar surf quando foram apanhados pelas ondas gigantes que se seguiram ao sismo de segunda-feira.

Estes dois jovens foram, até ao momento, «os únicos que foram identificados e localizados» pela embaixada na Indonésia, estando já a receber apoio «para regressar a Portugal no próximo sábado», adiantou.

Os dois portugueses foram identificados depois de as famílias terem contactado a embaixada, sendo que nenhum deles ficou com documentos, dinheiro, roupa ou qualquer outro objecto.

«Vamos passar-lhes um documento provisório de viagem, que substitui o passaporte apenas no itinerário da Indonésia para Portugal, e vamos providenciar algum dinheiro para vestuário porque eles perderam tudo», explicou Carlos Frota.

Os dois estão agora num hotel em Pandang, na ilha de Samatra, «estando ambos sãos e salvos», acrescentou.

O embaixador admitiu ainda que possa haver mais portugueses afectados, já que houve outro contacto de «uma amiga ou familiar que estaria integrada num grupo de três pessoas» e que se perdeu dos restantes elementos.

«Contactámos ambos, mas não havia comunicação e continua a não haver, portanto não sabemos sequer se existe algum problema até porque não recebemos nenhum sinal de apreensão por parte das famílias», disse Carlos Frota.

311 mortos e 400 desaparecidos

Na Indonésia, as buscas prosseguem para encontrar as cerca de 400 pessoas dadas como desaparecidas após o sismo e tsunami, que provocou 311 mortos.

A catástrofe fez «311 mortos enquanto 379 pessoas continuam a ser dadas como desaparecidas», segundo um balanço estabelecido esta quinta-feira, indicou um responsável dos serviços de socorro indonésios, Agus Prayitno.

Mais de 48 horas após o sismo e o tsunami, as esperanças de encontrar sobreviventes, que se refugiaram em zonas altas antes da chegada das vagas gigantes diminuem, assegurou a mesma fonte.

Em contrapartida, continuam a ser descobertos corpos nas praias e nas costas das ilhas Mentawaï, ao largo de Sumatra, atingidas na segunda-feira à noite por um sismo de magnitude 7,7, seguido de um forte tsunami.

As operações de socorro são dificultadas pelo isolamento destas ilhas, de difícil acesso e privadas de comunicações.

iol