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Nuno Markl: "Televisões não apostam no humor"

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Nuno Markl: "Televisões não apostam no humor" Empty Nuno Markl: "Televisões não apostam no humor"

Mensagem por joaninha Sáb Out 23, 2010 10:42 am

Humorista, locutor de rádio, cartoonista, argumentista e autor de vários livros, Nuno Markl - de seu nome completo, Nuno Frederico Correia da Silva Lobato Markl - acaba de lançar "Caderneta de cromos", que vai na quinta edição e está no top de muitas livrarias.

Nascido em 1971, em Lisboa, tornou-se conhecido pelas suas crónicas "O homem que mordeu o cão", que resultaria num êxito em forma de programa de rádio e de televisão, três livros e uma digressão nacional com espectáculos ao vivo. "Caderneta de cromos" também promete não ficar atrás, tendo já sido editados 47 mil exemplares, estando agendados para Novembro dois espectáculos, no Porto e em Lisboa.

O que é e como surgiu o livro "Caderneta de cromos"?

Surgiu de uma necessidade de recolher e de registar em forma de livro as coisas que diziam muito a mim e à geração da década de 70/80. É um livro que toca nos sentidos do ver, comer, brincar, ouvir e usar.

É uma espécie de recuo à sua infância e adolescência?

Sim, à minha e à dos ouvintes do meu programa na Rádio Comercial. Aliás, diga-se que os ouvintes deram-me muitas sugestões que acabaria por utilizar neste livro.

Então, como define este "Caderneta de cromos" em forma de livro?

Acho que é uma espécie de enciclopédia de memórias dos anos 70/80. Ali está tudo o que via, na época, na televisão a preto e branco, as minhas brincadeiras, os produtos de alimentação, o que lia nos jornais, enfim, tudo... Assim, isto, em forma de livro, funciona como um registo, um documento.

Está satisfeito com o impacto que o livro está a ter? Que tipo de público é que o lê?

Até ao momento, devo dizer que estou bastante satisfeito, porque está a ter, na prática, um êxito muito significativo. Quanto ao público, pensei que estava na faixa da minha geração, ou seja, os trintões e quarentões, mas, afinal, não são só estes. Sei que também há miúdos, dos 12, 13 anos, que compram e andam muito entusiasmados e também há pessoas mais velhas (os pais do pessoal da minha geração) que se interessam pelo livro.

Mas o humor está, naturalmente, ligado ao seu livro?

Sim, é impossível falar desses temas de outra maneira que não usando o humor. Mas, atenção, e acho que também é importante referir, não gosto de pensar que tudo o que havia naquele tempo é que era bom. Hoje, também há coisas boas, claro. Tudo o que se escreve lá são "saudosismos" da infância e da adolescência, o que é uma característica dos adultos. Ou seja, de vez em quando, lá estamos nós a recuar no tempo e a pensar naqueles tempos.

Como é que, na sua opinião, está o humor em Portugal?

Por um lado, está bem, porque há uma grande variedade nessa área, mas, por outro lado, está mal. E porquê? Porque as televisões não têm facilitado. Não há, actualmente, muitos programas de humor. Hoje em dia, o que está a dar são os programas com pessoas a dançar e a cantar.

Acha que as televisões não apostam no humor?

Sim, acho, sobretudo, que as televisões generalistas estão a apostar muito pouco. O humor é um produto arriscado, porque o que faz rir uma pessoa pode não fazer rir outra. O humor é, nesta perspectiva, um produto incerto e as televisões têm receio em arriscar. É uma pena, mas, na realidade, o que acontece é isto...

Apesar dessa atitude das televisões, acha que o humor tem futuro em Portugal?

Acho, porque as pessoas precisam de rir, é uma necessidade, principalmente nas épocas mais conturbadas, como a da crise que vivemos actualmente. Mas, também é importante dizer, as pessoas precisam que o humor faça o seu papel, que é o de apontar o que está mal.

E como está em termos de projectos de futuro?

Para já, os projectos que tenho andam todos em torno da "Caderneta de cromos". Temos já marcados dois espectáculos ao vivo, um para o Coliseu de Lisboa (a 15 do próximo mês) e outro, para o dia 27, no Coliseu do Porto. Queremos que seja uma recriação do espírito da rádio no palco. E depois também iremos preparar um novo livro, um segundo volume de "Caderneta de cromos", com outros assuntos, mas com a mesma filosofia.

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